PESSOA
SIMPÁTICA
Talvez não exista nenhuma
palavra que soe tão agradavelmente quanto “simpatia”. Pensando bem, a simpatia
é muito mais importante do que imaginamos, pois tem muita relação não só com o
destino do indivíduo, mas também com a sociedade. Se alguém se tornasse
simpático graças ao relacionamento com uma pessoa simpática e isso fosse se
propagando continuamente, é óbvio que a sociedade se tornaria bastante
agradável. Por conseguinte, diminuiriam os problemas, principalmente o conflito
e o crime; espiritualmente, criar-se-ia o Paraíso. Não existe meio melhor do
que esse, pois não requer dinheiro, não é trabalhoso e pode ser posto em
prática imediatamente.
Falando, parece muito
simples, mas todos sabem que, na realidade, não é fácil assim, pois não basta
que a simpatia seja apenas aparente. A verdadeira simpatia aflora do interior;
é indispensável, portanto, que a pessoa seja sincera de coração, o que depende
de cada um. Em suma, a base da simpatia é o espírito de amor ao próximo.
Vou contar um pouco da minha
experiência a esse respeito.
É engraçado eu mesmo falar
destas coisas, mas desde pequeno, onde quer que eu fosse, quase nunca era
malquisto ou antipatizado. Pelo contrário, era respeitado e amado na maioria
das vezes. Então, pensando bem, concluí que tenho uma característica que me
parece ser o motivo disso: sempre deixo meus próprios interesses e minha
própria satisfação em segundo plano; procuro fazer, em primeiro lugar, aquilo
que satisfaz aos outros, aquilo que os deixa felizes. Ajo assim não por razões
morais ou religiosas, mas naturalmente. Talvez seja da minha própria natureza.
Em outras palavras, é até uma espécie de “hobby” para mim. Por essa razão, muitos dizem que tenho uma
natureza privilegiada, e é possível que tenha mesmo (...)
Como essa minha
característica também foi de muita ajuda para a construção do protótipo do
Paraíso Terrestre e do Museu de Belas-Artes, creio que ela me tenha sido
atribuída por Deus. Quando vejo uma magnífica obra de arte ou uma paisagem
maravilhosa, não sinto vontade de apreciá-las sozinho e até fico melindrado;
nasce em mim o desejo de mostrá-las. Dessa forma, minha maior satisfação é
alegrar ao próximo, o que me faz ficar alegre também.
Meishu-Sama, em 21 de abril
de 1954. Extraído do livro “Alicerce do Paraíso” vol. 4(trechos)
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